POLVO DO HUMOR

Olá!!! Ainda na onda dos Fidgets Toys, trago hoje o Polvo do Humor, numa versão bem simples. Você imprimi e trabalha inúmeras habilidades com seus alunos ou até mesmo com seus filhos.

Além de ser um recurso divertido, o Polvo do Humor também pode ser usado como indicativo de como a criança está se sentindo em determinados momentos.

 

“Polvo do humor”: o brinquedo tendência para discutir os sentimentos
Febre no Tik Tok, o bichinho de pelúcia é visto por psicólogos e educadores como recurso educativo e terapêutico

“Polvo do humor”: o brinquedo tendência que ajuda crianças a expressarem emoções; dois polvos do humor, um amarelo e feliz e outro laranja e bravo

Magazine Luiza/ Reprodução

 

Especialmente durante a pandemia, as emoções estão ainda mais à flor da pele, por isso, é importante falar sobre os sentimentos. Justamente com esse propósito, um brinquedo que retrata as emoções viralizou recentemente no Tik Tok, rede social chinesa sensação do momento. A hashtag #OctopusPlush ー nome do “polvo do humor” em inglês ーcomeçou a circular pela rede social há alguns meses e já atingiu mais de 70 milhões de visualizações. Não demorou para que a tendência chegasse ao Brasil. Mas afinal, por que o brinquedo se tornou tão popular?

O “polvo do humor” é uma pelúcia adorável e reversível. Em uma face ele apresenta uma emoção e, ao virar do avesso, ele muda de cor, demonstrando outro sentimento. Inicialmente, apareceu como um presente entre casais, que usam o polvo para demonstrar como estão se sentindo, buscando evitar conflitos. Porém, logo o bichinho também conquistou o coração de crianças e jovens.

Além do sucesso na rede social, o polvo reversível também chamou atenção de psicólogos e professores, que no geral costumam usar bonecos e outros recursos lúdicos para ajudar as crianças a se expressarem e dizerem o que sentem. A pelúcia pode servir como uma forma de trabalhar a expressão e a comunicação emocional dos pequenos. “Eu acho fantástico esses tipos de brinquedos. Quanto mais reconhecimento emocional a gente tem, maior o nosso autoconhecimento, maior a nossa capacidade de autorregulação e também maior a nossa facilidade com os relacionamentos sociais”, diz Cristiane Rayes, psicóloga clínica e educacional.

Por que um polvo?

Não há uma explicação oficial sobre o motivo da escolha do polvo para a pelúcia, mas especialistas da psicologia têm algumas hipóteses. Cristiane Rayes, que também trabalha com o desenvolvimento de projetos de habilidades socioemocionais, acredita que o motivo pode estar ligado ao fato dos polvos serem animais muito sensitivos. A psicóloga educacional produziu um baralho chamado “Animação”, para a Literare Books, em que cada animal traz uma reflexão sobre autoconhecimento e encorajamento. Devido às características da espécie, a carta do polvo diz: “sinta e expresse as suas emoções”.

A sensitividade do animal é cientificamente comprovada. Segundo um um estudo feito pela Universidade de Harvard, os polvos conseguem sentir sabores, cheiros e texturas através das ventosas dos tentáculos. Esse animal também muda de cor de acordo com o perigo ou emoção, capaz de se camuflar. Isso poderia justificar o motivo do “polvo do humor” mudar de cor quando troca a emoção. Além disso, um artigo publicado na revista estadunidense IScience apontou que os polvos podem sentir prazer e dor afetiva.

Inclusive, o vencedor do Oscar deste ano de melhor documentário retrata a capacidade emocional da espécie. Em “Professor Polvo”, da Netflix, o cineasta Craig Foster conta a emocionante história de como conseguiu desenvolver uma relação de amizade com um polvo.

Brinquedos podem facilitar a expressão de sentimentos

“As crianças possuem menos facilidade em nomear seus sentimentos. Desse modo, objetos lúdicos que facilitem a identificação e a comunicação dos diferentes afetos são boas ferramentas”, relata Bruna Richter, que também é autora de uma trilogia de livros infantis sobre sentimentos. Segundo a psicóloga, é mais fácil para as crianças assimilarem e reconhecerem os sentimentos quando os observam em objetos. “Para mim, qualquer imagem, recurso visual ou brinquedo que ajuda na expressão e compreensão da emoção é de muito valor”, complementa Cristiane Rayes.

É importante aprender a lidar com os sentimentos desde cedo, sabendo identificar, reconhecer e validar a emoção, explica a psicóloga educacional. “O objetivo é trabalhar o nosso autoconhecimento. Para isso, precisamos ter o vocabulário emocional, o que não é apenas saber o nome da emoção, é saber viver a emoção, mesmo as mais doloridas”, diz. Para Bruna Richter, o polvo e outros brinquedos relacionados podem ser um importante recurso na busca do diálogo sobre sentimentos. “É importante reforçar que a criança expressa muito de seu psiquismo através das brincadeiras. Ela acaba reproduzindo com o polvo as situações que povoam seu imaginário”, aponta.

Esses objetos também podem ser muito úteis para crianças que apresentam transtornos mentais. Crianças com autismo, por exemplo, têm maior dificuldade em reconhecer as expressões faciais. Dessa forma, o “polvo do humor” pode ajudar a explicar os sentimentos para a criança. “Esses brinquedos podem servir de porta de entrada para a identificação de emoções, para inaugurar a leitura das expressões e, com isso, possibilitar a interação social”, diz Deyse Campos, psicopedagoga e consultora pedagógica. Bruna Richter adiciona que o brinquedo pode servir como um espelho, auxiliando a criança a olhar para o seu próprio humor.

O polvo reversível também pode ser usado com crianças que costumam ser muito desobedientes. Segundo Cristiane Rayes, os pais podem explicar como eles se sentem quando as crianças os chateiam por meio do polvo. Quando a criança tem um comportamento inadequado, os pais podem colocar o polvo com a emoção triste ou brava. É uma forma pacífica e didática de lidar com a situação.

Porém, se os momentos de birra forem muito constantes, Deyse Campos alerta que os pais devem rever os próprios comportamentos. “Pais que não aceitam, não respeitam, não acolhem e não fazem a reparação educativa de um ato de desobediência, birra ou enfrentamento, revelam uma intolerância às diferenças. Têm pais que não dão espaço para expressão, e as crianças aprendem a ganhar, literalmente, no grito”, afirma a psicopedagoga.

 

Mas apenas os brinquedos não são o suficiente

Apesar do “polvo do humor” ser um recurso interessante para trabalhar as emoções com as crianças, é preciso que os adultos levem essa discussão mais a fundo. Para Deyse Campos, não é possível falar sobre emoções apenas usando objetos, porque os sentimentos são muito complexos. Segundo a especialista, nem sempre é possível classificar a emoção apenas como feliz ou triste. “O brinquedo tem um fator limitante. Nós somos uma composição de emoções, sentimentos e afetos, tudo embaralhado dentro da gente, então, educar emocionalmente é ensinar a lidar com o caos, com a confusão dentro da gente”, diz.

Cristiane Rayes concorda que não basta somente entregar o “polvo do humor” na mão das crianças, é preciso que os pais e responsáveis interajam e conversem com os pequenos. “Não é apenas dizer o que a gente vê da emoção do outro, é também respeitar, acolher, apoiar, não julgar e não criticar. Tem o brinquedo sim, mas também tem as relações humanas que são fundamentais”, aponta. Uma forma de facilitar a interação é por meio das brincadeiras.

A psicóloga aponta que os pais ou professores podem incorporar o polvo em situações cotidianas, como em uma contação de histórias. Além disso, é importante que as crianças tenham tempo para brincar sozinhas, o livre brincar é fundamental para que elas expressem e compreendam os seus sentimentos. “Um brinquedo só se torna brinquedo pela ação do brincar. Então, se não houver quem brinquedo, não haverá comunicação entre o polvo e a criança. Quando brincamos, damos a chance de melhorar como humanos e ajustamos a nossa comunicação a uma linguagem autêntica e eficaz”, destaca Deyse Campos.

FONTE:https://cangurunews.com.br/polvo-do-humor/

 

POLVO DO HUMOR

 

 

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1 comentário
  1. Renata Diz

    Amei todas as atividades!

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